Dar um “restart” na vida de vez em quando faz bem
Essa será minha primeira viagem para Okinawa.
Por que Okinawa? Bem, pensei em um lugar diferente da correria de Tokyo… um lugar que me fizesse esquecer da rotina do dia a dia, do estresse do trabalho… algo como o Brasil, pra sentir o calor humano.
Em busca de novidades, faço também minha estreia em uma LCC (companhia aérea de baixo custo). Escolhi a Vanilla Airlines. Contrário às minhas expectativas, encontrei ótimo atendimento, bancos espaçosos, segurança no voo.
Três horas depois… tirava as fotos do Aeroporto de Naha, para fazer o registro.
De repente, fui abordada por uma jovem.
- Você vai pegar o monorail? – pergunta ela.
- Sim – respondo, meio surpresa. Em Tokyo não é normal alguém puxar papo assim. A não ser que a pessoa esteja perdida.
- Se não se incomodar, gostaria de te presentear com esse passe válido por um dia. Dá para usar até amanhã a tarde – disse ela, me entregando ele.
Quanta gentileza! Nem 10 minutos por aqui e já começo a achar que tem algo diferente no ar.
Vejo o funcionário anunciando a chegada do monorail. Pensei que era seu dia de folga. Com aquela camisa e um jeitinho de que estava a passeio, enquanto segurava o megafone… mas descobri que esse é o “uniforme” deles. Simpático, ele me ajudou a carregar a mala.
Embarcando no monorail – aliás, o único que percorre Naha – vou até a estação Miebashi, onde reservei três noites num guesthouse. Sempre tive uma curiosidade por esses locais. Era a minha chance de trocar informações sobre Okinawa, conhecer pessoas novas…
Puxando uma mala com rodinhas e um guarda-chuva na outra mão, faço ziguezagues pelas ruas. Quem me conhece sabe que minha especialidade é me perder. Mesmo com mapa e GPS…
Não é que lá no fundo estava o guesthouse que procurava? Cam Cam, se chama ele. A primeira noite custa 1.500 ienes (R$). A partir da segunda, 1.000 ienes (R$). Ótimo! Pago na entrada, bato papo com a atendente doutros hóspedes: alguns estrangeiros, estudantes japoneses e mergulhadores.
A atendente me conduz para a ala feminina. Bem… é assim…
Verdadeiras tocas de madeira. São três andares… Fiquei no de baixo.
Hora de dormir… Será que consigo?
Nankurunaisa!
Esse é um termo em dialeto de Okinawa que quer dizer “dá-se um jeito!”