Amanhã será realizado o julgamento de uma estudante que processou a escola por ter sido obrigada a mudar a cor do cabelo

Para quem não conhece o rigoroso sistema educacional japonês pode parecer estranho, mas o fato é que muitas escolas não permitem que os alunos tenham cabelos de outra cor que não seja o preto, controlam quantos centímetros deve ter uma saia, além de outras coisas. Pois é, em pleno século 21. 

O tema ganhou repercussão com a história de uma estudante do ensino médio de Osaka. Quando ela ingressou na classe, em abril de 2015, recebeu o manual da escola. Entre as regras, havia uma cláusula que dizia: “o cabelo deve estar sempre limpo. Pintura, permanente e aplicações estão proibidos”. A estudante, que tinha o cabelo castanho, achou que não teria problemas, porque era a cor natural deles.

A mãe dela também explicou várias vezes à escola, mas os professores insistiram para que ela pintasse o cabelo de preto. A estudante chegou a pintar, mas a escola dizia que não estava escuro o suficiente e impediu-a de participar das excursões e outras atividades escolares.

Em outubro de 2017, a estudante entrou com uma ação contra o governo de Osaka, responsável pelas diretrizes da escola.

Proibido ser diferente?

Por incrível que pareça, das 137 escolas públicas do ensino médio de Osaka, 127 aplicavam as mesmas regras proibindo ter cabelos diferentes. E a maioria exige um “Certificado de Naturalidade do Cabelo”, em caso de alunos com tons mais claros ou cabelos ondulados.

Na ação judicial, a estudante questiona a existência de regras que vão contra a liberdade de expressão dos alunos. Enquanto as escolas defendem a manutenção da ordem e disciplina. Amanhã veremos a sentença do Tribunal Regional de Osaka. 

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