Foi muito triste ver as imagens das chamas envolvendo um dos símbolos da cultura e história do antigo reino Ryuku: o Castelo Shuri, em Naha (Okinawa).

A causa do incêndio ainda está sendo investigada.

O Castelo Shuri era a sede da corte real do reino Ryukyu no século 15. Mais tarde, em 1609, foi tomado pelo exército de Satsuma, mas continuou sendo um ponto importante de comércio com o exterior, bem como o centro político dos nativos de Ryukyu.

No governo Meiji foi anexado ao Império do Japão, em 1879, com o rei deposto e o castelo se transformando em um quartel pelo exército japonês. Durante a Segunda Guerra Mundial foi palco de confrontos entre os soldados americanos e japoneses. O castelo foi bombardeado e incendiado. Muitas vidas foram sacrificadas ao redor dele.

Depois da guerra, os moradores locais começaram sua reconstrução e só em 1992, as obras terminaram. Em 2000 foi reconhecido como Patrimônio Mundial pela Unesco.

Muitos não sabem, mas desde os tempos da era Meiji, o governo central japonês tentou acabar com os costumes locais, incluindo o dialeto dos nativos. O castelo era muito mais do que uma simples construção histórica, era o símbolo do passado sofrido e de superação do povo de Okinawa.

Mais uma vez me vem à mente um ditado local que diz: “Nankuru naisa” (dá-se um jeito). Na verdade, um dos trechos de uma frase que expressa a seguinte filosofia: “nunca se esqueça de quem você é e viva por hoje e amanhã; jamais esqueça de sorrir e por mais terrível que tenha sido seu dia, lembre que amanhã o Sol te receberá com um grande sorriso; então faça o mesmo”.

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