Se não fosse a pandemia do novo coronavírus, estaríamos celebrando o início dos Jogos Olímpicos de Tokyo 2020 agora. Mas levando em consideração tudo que está acontecendo no mundo, é até arriscado afirmar que daqui a um ano estaremos vivendo esse momento.

Está em jogo a saúde das pessoas e, principalmente, dos protagonistas do evento: os atletas. Em maio, o Comitê Olímpico Internacional (COI) ouviu a opinião de 4 mil participantes de 135 países. Cerca de 60% disseram que estavam preocupados com a falta de treinos e a metade deles disse estar difícil manter a motivação.

A pressão que toma conta da sociedade influencia no espírito dos atletas. Mas, lógico, o fator principal é a incerteza sobre o fim dessa batalha contra a Covid-19.

Hora de reavaliar o significado da Olimpíada

Como você imagina que será essa Olimpíada? O que podemos priorizar ou descartar? Até quando poderá ser dada uma resposta definitiva? Com quais parâmetros?

É difícil avaliar bem, se nem os próprios organizadores passam todas as informações necessárias. Complicado para todos, principalmente para os atletas. 

O comitê japonês chegou a propor cerimônias de abertura e encerramento sem grande pompa, mas o COI se posicionou contrário a essa ideia, levando em consideração os patrocinadores e contratos de direitos de transmissão. 

O líder do comitê japonês, Yoshiro Mori, comentou algumas vezes em entrevistas que “se o evento for cancelado, os gastos serão duas ou três vezes maiores”. Mas nunca falou sobre detalhes concretos. 

São tantas disparidades e desencontros nas falas das duas organizações, que chega a cansar. 

Por um lado, dizem que vão economizar, no que também é propagado como o “maior e mais espetacular” evento esportivo do mundo. 

Esta é a primeira Olimpíada “prorrogada” e o tempo é curto até o recomeço. Se for possível deixar de lado os interesses e concentrar-se no significado desses Jogos – levando em conta a saúde e segurança de todos – aí sim, Tokyo poderá dizer que contribuiu com seu legado.  

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