Pela primeira vez, os Jogos Olímpicos e Paralímpicos serão realizados sem a presença de turistas estrangeiros
Com a pandemia fora de controle na maior parte do mundo e o risco de novas variantes do coronavírus, os organizadores decidiram realizar os Jogos Olímpicos de Tokyo sem a presença de turistas estrangeiros. “É muito triste, mas a decisão era inevitável”, disse a governadora de Tokyo, Yuriko Koike.
Os organizadores devem ainda realizar outra reunião em abril para decidir a quantidade de público nos eventos, entre os residentes no Japão, autoridades e patrocinadores de outros países.
Cerca de 630 mil ingressos vendidos no exterior serão ressarcidos.
Logo que assumiu o cargo, o primeiro-ministro Yoshihide Suga tinha dito que era a favor da participação do público estrangeiro. Mas o país decidiu manter as restrições de vistos para os visitantes de fora por conta da pandemia.
Celebração da paz
“Celebração da paz entre as nações por meio do esporte”. É com esse propósito que as Olimpíadas se destacam como um dos principais eventos esportivos do planeta. Mas a 32ª edição entra para a história como a primeira a ser realizada com as fronteiras aéreas fechadas para os turistas comuns… e com um ano de atraso. Uma pandemia mudou todo o cenário.
Para o Japão, que esperava a vinda de milhares de turistas entre julho e agosto, os prejuízos econômicos são avaliados em ¥ 150 bilhões de ienes (R$ 7,56 bilhões).
Já para o Comitê Olímpico Internacional (COI), que obtém 70% da renda através de direitos de transmissão e 20% dos patrocinadores, o impacto foi menor. O COI tem assegurado também ¥ 1 trilhão (R$ 50,40 bilhões) em contratos de transmissão com a emissora americana NBC Universal até 2032.
Para nós, que moramos no Japão, resta esperar pelas próximas decisões. Será que o revezamento da tocha olímpica, programada para começar no próximo dia 25, em Fukushima, também terá restrições ao público?
Qual a mensagem que os organizadores querem transmitir com a realização de uma Olimpíada com as fronteiras fechadas? Ninguém duvida que com determinação tudo é possível. Mas o Japão não pode se dar ao luxo de entrar para a história como anfitrião de um gigantesco evento com uma mensagem vazia no final. Tem que valer a pena e manter firme o sentido da celebração do esporte e da paz mundial.
Principais eventos programados:
Março (dia 25): início do revezamento da tocha olímpica, em Fukushima.
Abril: reinício dos eventos de classificação; nova reunião para definir limite de público.
Maio: Visita do presidente do COI, Thomas Bach, ao Japão.
Julho (dia 23): início dos Jogos Olímpicos de Tokyo (até 8 de agosto).
Agosto (dia 24): início dos Jogos Paralímpicos de Tokyo (até 5 de setembro).