Os primeiros casos da Covid-19 em Hong e Singapura foram registrados em janeiro. De lá para cá, esses dois polos da Ásia que somam 13 milhões de habitantes conseguiram manter o número de mortos em 28 pessoas. 

Isso significa que o índice de mortalidade por coronavírus em Hong Kong é de 0,4% e em Singapura, 0,1%. Se ajustarmos a média dessas duas metrópoles aos Estados Unidos, o número de mortos se limitaria a 4.100 pessoas. Bem distante dos cerca de 108 mil mortos até essa sexta-feira, dia 5. 

Hong Kong e Singapura não permitiram, desde o início, que o novo coranavírus se espalhasse. A estratégia adotada foi baseada na aplicação de testes em massa, distanciamento social e habilidade na detecção dos casos num estágio adiantado, impedindo que a doença se agravasse. Isso permitiu acompanhar com clareza todas as etapas das vítimas. 

Localização e controle

Em Singapura, cerca de 90% dos casos foram descobertos numa área com grande concentração de trabalhadores estrangeiros. A maioria das vítimas era jovem e do sexo masculino. Em Hong Kong, a média de idade das vítimas girou em torno dos 35 anos; apenas 5% tinham mais de 70 anos de idade.

Como os focos foram combatidos nas áreas mais povoadas, o sistema sanitário não foi prejudicado e as poucas vítimas receberam todos os cuidados necessários.

Em Hong Kong, os médicos recorreram a três tipos de medicamentos  que apresentaram bons resultados em testes de laboratório para combater a Covid-19 no estágio inicial: o interferon beta 1 (usado no combate à esclerose múltipla), a ribavirina (usada com outros medicamentos para combater a hepatite C, febre hemorrágica viral, raiva, entre outras enfermidades) e o ritonavir (usado para tratamento de hiv e aids). 

Já em Singapura, a maioria dos pacientes aceitou testar medicamentos ainda em fase de testes, como o antiviral remdesivir, e os mesmos utilizados por Hong Kong. Como o foco dentro de uma comunidade estrangeira foi descoberto logo no início, a região foi rapidamente isolada e os 300 mil habitantes da região foram submetidos a testes.

A tudo isso, soma-se o fato de que tanto Hong Kong como Singapura passaram por experiências amargas no passado, quando enfrentaram a epidemia da Sars em 2000. 

Os hospitais em Singapura aumentaram os estoques de roupas de proteção especial desde janeiro e começaram a produzir kits para testes em grande quantidade. 

Ainda não é tarde para países como os Estados Unidos e o Brasil aprenderem com esses exemplos. Isso inclui o Japão, que está à beira de uma segunda onda e carrega uma grande falha quando se trata de aplicação de testes. Tudo pode ser melhorado!

Comentários

comentário(s)