Em meio à pandemia do coronavírus, alguns produtos ainda continuam difíceis de serem encontrados no comércio, como os derivados de álcool para limpeza e máscaras.

Por outro lado, um relatório do Ministério da Indústria e Comércio do Japão mostrou que a produção de produtos derivados do álcool em si, mais que dobrou desde fevereiro.

Por exemplo, a Kaoh, que produz a linha Biore para limpeza das mãos, dobrou a produção em fevereiro e triplicou em março. Já em abril, a produção havia registrado um crescimento de até 20 vezes. 

O problema é que, por mais que as fabricantes aumentem a fabricação de produtos à base de álcool para limpeza, outro setor não está conseguindo alcançar a demanda: o de recipientes.

Marcas do passado

No Japão, são poucas as empresas que fabricam recipientes para produtos farmacêuticos, dentro dos quais se enquadra a maior parte dos derivados de álcool para limpeza. A maioria prefere seguir a linha de recipientes de plástico para produtos mais comuns como xampus e condicionadores.

Um dos motivos para essa cautela tem a ver com a experiência de 2009, quando uma onda de influenza fez as fabricantes de recipientes aumentarem a produção de produtos farmacêuticos para limpeza e prevenção da doença. Assim que o surto passou, sobraram recipientes no mercado. 

Uma das saídas encontradas pela Kaoh para atender a demanda da população, foi disponibilizar os produtos em embalagens plásticas próprias para refil, sem esperar até que os recipientes fiquem prontos.

Dependência das importações

Vale lembrar que além da falta dos recipientes no mercado, existe a dependência sobre os acessórios importados, como bombinhas e sprays, que compõem a maior parte das embalagens plásticas. Grande parte desses produtos é importada da China, Filipinas, Tailândia e Taiwan, pois sai mais barato do que fabricar localmente.

A Toyo Shouki, por exemplo, teve que esperar até março para que as peças produzidas na China chegassem novamente às suas linhas de produção.  

Mesmo que outras empresas tentem se aventurar na produção de recipientes para os produtos farmacêuticos, a triagem de provas e controle de qualidade do Japão é rigorosa, levando entre 3 a 6 meses para aprovação e comercialização. 

Eis o grande motivo para essa escassez de produtos à base de álcool para limpeza.

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