A cada instante aumentam os casos do coronavírus que começou a se espalhar em Wuhan, na China. Com quase 10 mil infectados, dos quais 17 estão no Japão, finalmente – e com muito atraso – a Organização Mundial da Saúde decretou o surto como uma emergência global. O avanço da doença poderia ter sido combatido de forma muito mais eficaz lá no início, com equipes especializadas cuidando do atendimento às vítimas, controle dos aeroportos e a liberação de informações da China.

Até agora, o Japão repatriou cerca de 600 cidadãos que estavam isolados em Wuhan, alguns dos quais estavam infectados com o coronavírus (2019-nCov) e estão sob tratamento. 

O índice de mortalidade do novo vírus, de cerca de 3%, ainda é baixo comparado aos 10% do SARS, que abalou o mundo entre 2002 e 2003. Mas há um agravante desta vez: o 2019-nCov se espalha de pessoa para pessoa, antes mesmo dos sintomas iniciais aparecerem. E um infectado pode contaminar em média 2,6 pessoas. 

Impacto econômico

E não é só na saúde que a batalha será longa. Estima-se que o PIB chinês terá um encolhimento de US$ 14,1 trilhões no ano fiscal 2019 devido ao surto, um número quase 10 vezes maior do que na epidemia do SARS, em 2002. Isso porque a China ocupa uma posição muito mais importante no mercado global. Consequentemente, a economia global sofrerá uma queda na mesma proporção.

O Japão já sente na pele o encolhimento do número de turistas, o esfriamento no setor industrial e a queda nas bolsas.

2020: um ano de surpresas

Tudo indica que este será um ano de muitas surpresas e grandes acontecimentos: começando pelas Olimpíadas de Tokyo (a partir de 24 de julho) e as eleições presidenciais nos Estados Unidos (3 de novembro).

Logo no início do ano, fomos surpreendidos pelo ataque norte-americano que matou o general iraniano Qasem Soleimani, ato que foi revidado com um disparo de míssil contra a base americana no Iraque, aumentando o confronto entre Irã e Estados Unidos. Por mais que uma guerra seja improvável, o Irã pode retaliar com mais ataques, emboscadas ou até mesmo o uso de armas nucleares. 

Também em janeiro testemunhamos o Fórum Econômico Mundial de Davos, que alertou para uma emergência climática. Se nada for feito, o mundo presenciará muito mais inundações, tufões, tsunami, entre outras tragédias naturais. Uma dessas consequências, a seca, está causando graves estragos na Austrália. 

E agora por último, começou essa epidemia do coronavírus. Torcemos para que uma vacina seja criada antes do início das Olimpíadas. O Japão, que pensa em todas as formas de prevenção para terremotos e tufões, precisa agora rever seus planos para proteger sua população, os visitantes e os atletas do risco de contágio desse novo vírus.

É… o que mais falta acontecer!

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