Começou em Taiji (Wakayama) a pesca anual de golfinhos. A caça, que dura oito meses, é criticada por ativistas de várias partes do mundo. Em uma entrevista à Efe, a voluntária da Associação de Defesa da Fauna Marinha, Laura Almarcha, explicou que “quando os pescadores localizam um grupo de golfinhos, assustam com barras metálicas”, em uma ação que estressa e afeta o delicado sistema auditivo.
Os cetáceos são conduzidos à Baía de Taiji, onde são confinados durante uma semana, com pouca comida. “Lá são examinados por adestradores de golfinhos da Ásia e América, que escolhem os animais mais fáceis de domesticar”.
A maior parte será morta com golpes de barras de metal e a carne, vendida em restaurantes.
CAÇA NÃO SE LIMITA A WAKAYAMA
Desde 2006 o Japão autoriza a caça de 600 golfinhos em Shizuoka, pelo mesmo método, mas os pescadores se limitam a menos de 100.
Em Wakayama, são autorizados a caça de 2.393 golfinhos, desde 2008. Os últimos dados revelam que em 2012 foram capturados 1.154 golfinhos nessa província. Apenas dois foram levados a aquários.
A caça também está permitida em Hokkaido, Aomori, Iwata, Miyagi, Chiba e Okinawa.
Para as leis japonesas, a matança é legítima. O primeiro-ministro Shinzo Abe defendeu a caça aos golfinhos alegando que o mundo deve compreender essa tradição que – segundo ele – faz parte da cultura do país e ajuda economicamente as comunidades pesqueiras.
A Organização Mundial da Saúde, por sua parte, alertou que a carne de golfinhos não é recomendada para o consumo, devido à alta concentração de substâncias tóxicas, como o mercúrio. O Ministério da Saúde do Japão criou até um guia para as gestantes, que não devem consumir mais de um filé de 60g por semana.