Uma repentina perda do olfato, sem congestionamento nasal, pode ser indício de infecção por coronavírus. “Se acontecer de perder subitamente o sentido do olfato, mesmo sem febre ou nariz congestionado, tome todos os cuidados necessários porque você pode estar com Covid-19”, disse um especialista entrevistado pela emissora pública NHK.

O arremessador da equipe de beisebol do Hanshin Tigers, Shintaro Fujinami, relatou como aconteceu no seu caso: “Não tinha coriza e conseguia respirar bem, mas achei estranho porque não estava sentindo cheiro”. Essa anomalia no mecanismo do olfato foi acrescentado nos tópicos de identificação da Covid-19 pelo Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos.  

Pesquisas feitas nos EUA comprovaram que o novo coronavírus age diretamente na mucosa nasal, interferindo no funcionamento das células nervosas responsáveis pelo olfato.

“A primeira providência, se perceber esse sintoma, é ligar para o médico da família ou centro de saúde mais próximo”, explicou o especialista em olfato, Takaki Miwa, da Universidade de Medicina de Kanazawa (Ishikawa). 

Baseado na experiência com os pacientes de algum distúrbio no olfato, Miwa quase sempre constatava uma relação com a sinusite ou infecção por vírus entre os pacientes que não conseguiam mais sentir o cheiro.

Mas o mecanismo das infecções por coronavírus parece ser diferente. 

Normalmente, o cheiro é captado através das células olfativas, que transformam em impulsos nervosos e enviam até o bulbo olfativo, seguindo para o cérebro. O cheiro é reconhecido e interpretado no córtex, produzindo a sensação olfativa. E ao que tudo indica, o coronavírus causa uma inflamação nas células olfativas, impedindo que a informação seja transmitida ao cérebro.

Geralmente a perda do olfato costuma passar dentro de duas a três semanas, quando a infecção começa a ceder. 

Europa: 80%

Os relatórios médicos da Europa comprovam que 80% das vítimas da Covid-19 apresentaram falhas no olfato. 

Em 12 hospitais da Bélgica e França, esse percentual chegou a 85,6%.

Os mesmos estudos afirmam que em 88% dos pacientes, foi constatado também alteração no paladar. “É preciso um estudo mais detalhado a nível internacional sobre os efeitos do coronavírus no olfato e paladar”, concluiu o estudo europeu.

  

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