Uma equipe de especialistas do governo japonês acredita que o vídeo dos reféns japoneses pelo Estado Islâmico pode ter sido montado.
A imagem mostra dois japoneses vestidos em vestes de cor laranja ajoelhados e um homem encapuzado entre eles. Os especialistas apontam detalhes artificiais como a fisionomia dos reféns e a posição das sombras.
No caso do jornalista freelancer Kenji Goto, há uma sombra na parte inferior à esquerda, enquanto a outra vítima, Haruna Yukawa, aparece com sombras na parte inferior esquerda.
O Estado Islâmico tem divulgado vários vídeos na internet com reféns. O primeiro foi em agosto de 2014, quando eles criticaram os bombardeios aéreos norte-americanos. O jornalista James Foley foi decapitado em frente às câmeras.
Em setembro, outro refém (inglês) foi decapitado. Em ambos os casos, as vítimas foram obrigadas a pronunciarem frases dizendo que seriam mortas devido à atitude dos líderes pelos seus países.
No vídeo dos reféns japoneses, eles não falaram nada. É a primeira vez também que o Estado Islâmico dá um período de “72 horas para um resgate”. As imagens são do plantão da emissora FNN:
Cooperação no Oriente Médio
O vídeo divulgado no dia 20 coincidiu com a visita do primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, ao Oriente Médio. O premiê deve se encontrar com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, a quem deve pedir cooperação para o caso.
Abe declarou que está “indignado” com o ato. “Exijo que nenhum mal seja feito contra os reféns e que eles sejam liberados imediatamente”, disse. O governo já respondeu que não vai se curvar diante do terrorismo.
O porta-voz do governo, Yoshihide Suga, classificou a ação dos jihadistas como “imperdoável” e disse que tudo será feito para preservar a vida dos reféns. Ele informou que a autenticidade do vídeo está sendo verificada.