Por que agora? Falharam por qual motivo? Tem outro país por trás?

(O vídeo acima mostra os metrôs de Tokyo que pararam de funcionar durante alguns minutos com o aviso de lançamento de míssil na manhã do dia 29)

O líder norte-coreano Kim Jong-un parece estar se empenhando em aumentar os disparos de mísseis justo num momento em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fortalece a pressão contra o regime de Pyongyang. Mas a tentativa de intimidar o inimigo resultou em quatro disparos consecutivos de mísseis que fracassaram.

Aí vem a primeira pergunta. Por que lançar mísseis nesse período? A Coreia do Norte poderia ter disparado no dia 25 de abril, no aniversário de 85 anos da formação das suas Forças Armadas. Mas não. Preferiu o dia 29, enquanto era realizada a reunião do Conselho de Segurança da ONU em Nova York.

O jornal local Rodong Sinmun escreveu num artigo: “o alvo final do míssil armado de ogiva nuclear é o território norte-americano”. As provocações por parte do regime norte-coreano soam mais como um desabafo à pressão norte-americana. E mesmo os lançamentos de mísseis feitos até então parecem estar contidos dentro de uma “zona vermelha”, testando a resposta de Trump.

O líder norte-coreano Kim Jong-un, no dia 15, acenando durante um desfile militar. Foto: AP

A segunda pergunta: porque os mísseis falharam? Desde o dia 22 de março a Coreia do Norte lançou quatro mísseis. Todos falharam. Analistas sul-coreanos dizem que foi por falha técnica. Existe também a hipótese de que os Estados Unidos teriam efetuado um ataque cibernético, prejudicando os lançamentos.

Segundo o New York Times, em 2014 o ex-president Barack Obama tinha autorizado o fortalecimento de estratégias cibernéticas para contra-atacar os testes de lançamentos de mísseis.

No ano passado a Coreia do Norte disparou oito mísseis de média alcance “Musudan”. Apenas um teve êxito.

Será que a própria Coreia do Norte teria explodido eles, com medo de ultrapassar a “zona vermelha” da paciência de Trump? Seja por falha ou seja proposital, o certo é que a cada teste os norte-coreanos aprimoram sua técnica.

A última pergunta: tem algum outro país dando apoio escondido? Enquanto o mundo todo pressiona a Coreia do Norte, como o país consegue manter seu programa bélico escancaradamente? O mais provável é que tenha conseguido garantir seu arsenal antes da punição da ONU em março do ano passado.

Fontes internacionais dizem que a gasolina está encarecendo na Coreia do Norte. Se a China acabar realmente com o fornecimento do combustível ao país vizinho – como querem os EUA -, aí sim o regime de Kim Jong-un sofreria um duro golpe.

Mas a Rússia, antiga parceira em fornecimento de combustível para a Coreia do Norte, mantém ativa a rota de navios cargueiros, assim como uma conta bancária para receber o pagamento.

Mesmo sem a China, a Coreia do Norte ainda poderia contar com a Rússia. As decisões de Vladimir Putin podem ser fundamentais daqui para frente.

Silvia in Tokyo

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