Para muitos estrangeiros, é difícil entender por que dois países tão próximos, como o Japão e a Coreia do Sul tenham tantos conflitos, seja do ponto de vista econômico, histórico e social.
O lado histórico pesa bastante. No dia 15 de agosto, data que marcou o Fim da Segunda Guerra Mundial, o presidente sul-coreano Moon Jae-in fez um discurso para “celebrar a libertação da colonização das tropas japonesas durante a guerra”. Naquele dia, ele diminuiu o tom de crítica que vinha mantendo e disse: “Se o Japão escolher o caminho do diálogo e cooperação, nós teremos prazer em dar as mãos”.
Passados 74 anos da guerra e das atrocidades cometidas pelos soldados japoneses contra os civis norte-coreanos, já seria hora dos dois países fazerem as pazes mesmo.
Mas o discurso de Moon soou um pouco estranho. Isso porque foi ele quem revogou o acordo feito entre os dois países no passado sobre as escravas sexuais e, mais recentemente, vimos o Supremo Tribunal da Coreia do Sul condenar empresas japonesas a pagarem indenizações a ex-funcionários sul-coreanos durante a guerra.
O processo foi movido com a alegação de que o acordo feito entre Japão e Coreia do Sul no início do século 20 foi ilegal. Moon disse concordar com a sentença e recusou falar com diplomatas japoneses enviados pelo primeiro-ministro japonês Shinzo Abe.
O Japão, por sua parte, endureceu as medidas de controle de exportação à Coreia do Sul. Por mais razoável que seja essa postura japonesa, Abe poderia ter esperado antes de envolver retaliações políticas em conflitos históricos.
Por outro lado, a postura dura de Moon adotada contra o Japão comprou a simpatia da população e fortalece seu caminho para as reeleições no próximo ano.
Era de se esperar mais maturidade por parte de dois líderes. É natural haver discordância, mas para resolver isso, necessita-se de racionalidade.
Recentemente, quando as autoridades locais sul-coreanas incitaram o boicote pelos produtos japoneses, foi a própria população que criticou essa manobra.
Felizmente, existem pessoas com a cabeça fria! Acompanhando todos esses últimos acontecimentos, só resta torcer para que a “paz” prevaleça, porque muito foi feito para isso até agora.