O que vamos falar agora é um tema triste. Não gostaria de estar escrevendo sobre isso… mas não deu para deixar de lado. Hoje me deparei com uma reportagem do jornal Mainichi que fala sobre o abandono de bebês.

Um deles aconteceu em 15 de março de 2014. Um bebê com menos de 1 mês de vida foi encontrado dentro de uma sacola de papelão no corredor de um prédio, em Miyazaki. Estava vivo, mas por pouco. A temperatura do corpo estava em torno de 32 graus.

A mãe, funcionária de uma casa de lazer, foi detida por abandono de menor alguns meses depois. Descobriu-se que tinha feito o mesmo com outra menina que havia nascido antes. As crianças foram adotadas por outras famílias.

Em outubro de 2011 uma menina recém-nascida, ainda com o cordão umbilical, foi encontrada dentro de um saco plástico no banheiro de uma loja de conveniência em Chiba. Sem forças para chorar ou mexer as mãos, o bebê ficou internado na UTI por 10 dias e sobreviveu.

No ano passado, policiais quebraram a janela de um apartamento em Saitama para salvar um garoto de 1 ano abandonado. Coberto de fezes, ele havia espalhado arroz e fraldas pelo chão, na esperança de saciar a fome. A mãe, vítima de síndrome do pânico, foi encontrada trancada dentro do banheiro de uma loja. O menino foi levado para um orfanato mas ainda não se recuperou do trauma.

TOTAL DE 891 CASOS EM CINCO ANOS

Quem acompanha meu blog deve ter visto o post que falava das 483 crianças abandonadas nos últimos três anos. Mas os últimos dados jornal Mainichi são mais completos.

Nos últimos cinco anos, foram registrados 891 casos de crianças abandonadas pelos pais. Cerca de 40% envolvem bebês com menos de 2 anos de idade.

Os casos de abandono vão além dos menores largados nas ruas. Muitos foram resgatados dentro das próprias casas. Triste também ver os casos de adolescentes…

Daí eu pergunto: por que essa mãe ou pai, não buscou um assistente social na prefeitura ou centros de ajuda a menores? Ou simplesmente, por que não pediu ajuda aos parentes ou amigos?

Tudo bem que esse tipo de crime não é específico do Japão. Talvez o Brasil supere em exemplos de brutalidade, como o da mãe que escondeu o corpo do filho no sofá, ou do pai que espancou o filho até a morte. Mas é difícil entender como um “ser humano”, seja brasileiro, japonês… seja capaz de fazer mal ao próprio filho.

Você sabia?

No Japão nem todos os casos de agressão a menores podem ser denunciados à polícia. Em dúvida, procure o Centro de Informações a Menores (Jidou Soudanjo – 児童相談所児童相談所) mais próximo

 

Comentários

comentário(s)