Trabalho demais, estresse, internet e outros fatores situam o Japão entre os principais países que “não dormem”.
Uma pesquisa de 2015 realizada pelo centro de pesquisas culturais da NHK “Bunken” revelou que “mais de 90% das pessoas dormem por volta de 1h da manhã”. Os números, relativos a 2000, mostram que ano após ano o horário para dormir tem ficado mais tarde no Japão. Em 1941 essa média era por volta das 22h50.
Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) a média de sono dos japoneses é de 7 horas e 50 minutos, atrás apenas da Coreia do Sul em “sono curto”. Em comparação, os franceses dormem cerca de 1 hora a mais.
Em entrevista ao jornal Mainichi, o pesquisador do Centro Nacional de Neuorologia e Psiquiatria, Kazuo Mishima, chegou a afirmar que “a sociedade japonesa passa por uma falta de sono crônica. Já está perto do limite. É preciso pensar como um problema social”.
O perfil daqueles que dormem pouco é composto por pessoas que costumam trabalhar até altas horas da noite, ficam navegando ou têm o ritmo de vida alterado pela exposição excessiva à iluminação noturna.
“A falta de sono diminui o poder de concentração, afeta a tomada de decisões e pode desencadear acidentes de trânsito ou de trabalho”, reforça Mishima. Em perdas econômicas, a falta de sono representa cerca de ¥ 3 trilhões.
Os dados revelam também que 30% dos trabalhadores fazem turnos à noite, com riscos de enfrentar problemas de saúde como disfunção intestinal, câncer, diabetes e pressão alta.
QUEDA DA QUALIDADE DE VIDA
O Japão tem registrado um aumento de casos graves de distúrbios do sono. Uma pesquisa realizada pela farmacêutica MSD com 7.827 pessoas entre 20 e 79 anos de idade revelou que 40% apresentam sintomas de insônia, como por exemplo:
- dificuldade para dormir
- acordar algumas vezes à noite
- sensação de falta de sono ao acordar
Esses sintomas citados acima podem desencadear distúrbios neurológicos e fisiológicos que afetam o cotidiano. Quando esses sintomas aparecem três vezes por semana e duram mais de três meses, essas pessoas são diagnosticadas com “insônia”.