Terroristas mataram reféns que não sabiam recitar o Alcorão

Makoto Okamura, em imagem extraída do Facebook

Makoto Okamura, em imagem extraída do Facebook

Em entrevista à mídia local, o pai de um dos reféns japoneses mortos no ataque terrorista em Daca, contou que o filho, de 32 anos, estava em missão no Bangladesh para um projeto da JICA de melhoria urbana.

“Achava que o trabalho dele era importante para as pessoas de lá. Queria que tivesse voltado vivo”, disse o pai de Makoto Okamura, funcionário de uma empresa do setor de construção civil. Okamura estava para voltar no dia 10 e tinha uma noiva.

O diretor da JICA (Japan International Cooperation Agency) lamentou a morte dos sete japoneses enviados pela agência. O grupo trabalhava em um projeto de reforma urbana para solucionar os engarrafamentos na capital.

Grupo Estado Islâmico assume autoria do ataque

Grupo Estado Islâmico assume autoria do ataque

O destino dos japoneses, assim como de outros reféns, mudou quando o restaurante em que estavam, foi invadido por sete membros do grupo Estado Islâmico. Com gritos de “Deus é grande!” (Allahu Akbar), eles iniciaram o sequestro que durou 12 horas. Familiares dos reféns contaram ao jornal Daily Star que os atacantes exigiram às vítimas que recitassem trechos do Corão — quem não o fizesse era morto ou torturado.

Além dos sete japoneses, foram mortos nove italianos e um norte americano. Ao contrário do que havia sido divulgado inicialmente, entre os 20 mortos existe a possibilidade de haver cidadãos de Bangladesh. Muitos foram mortos com cortes no pescoço.

O local onde foi cometido o ataque fica no bairro de Gulshan, em Daca, considerado um dos poucos lugares seguros da capital do Bangladesh. É lá que se concentra a maioria das embaixadas e os estabelecimentos costumam ser frequentados por muitos estrangeiros. E foi no restaurante Holey Artisan Bakery, à hora do jantar num fim de semana, que o terror começou.

Silvia in Tokyo

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