O governo do primeiro-ministro Shinzo Abe derrubou no dia 1 a interpretação da Constituição japonesa que impede as forças militares de combater no exterior.
A interpretação era vigente desde a Segunda Guerra Mundial e representa uma grande mudança em relação à política de pacifismo do Japão.
O governo discutirá no outono as medidas necessárias para a criação de uma lei específica para o uso das forças armadas.
Há exatamente 60 anos, no dia 1 de julho de 1954, o Japão criava as forças de autodefesa. O atual movimento visa suspender a proibição do exercício da “autodefesa coletiva” ou de ajudar um país amigo sob ataque.
Dessa forma, o Exército japonês ficará mais alinhado com as Forças Armadas de outras nações avançadas em termos de opções de ação.
Diariamente, manifestantes japoneses protestam contra o plano de Abe. Essa manhã cerca de 2 mil pessoas se reuniram em frente ao Gabinete do governo, em Chiyoda (Tokyo) com cartazes e gritos de protestos. “Não destruam o Artigo 9 da Constituição” ou “Não quero ver os nossos filhos e soldados morrerem”, diziam alguns cartazes.
Os conservadores dizem, no entanto, que o Artigo 9 da Constituição tem restringido excessivamente a capacidade do Japão de se defender.