No dia 18 de junho de 1908 partia o primeiro navio levando emigrantes japoneses ao Brasil. Era o resultado de um acordo entre os governos do Japão – que enfrentava um problema de superpopulação – e o Brasil, que precisava de mão-de-obra para os cafezais.

Isso foi há 106 anos. Hoje, a comunidade “nikkei” no Brasil chega a 1,50 milhão de pessoas, a maior do mundo.

Não foi uma história fácil. Principalmente na época da Segunda Guerra. Muitos japoneses que recusavam pisotear a bandeira do Japão ou a foto do imperador, foram presos e exilados. No começo da guerra, o governo brasileiro e o presidente Getúlio Vargas proibiu o uso da língua japonesa em território nacional.

Entre os próprios japoneses estabelecidos no Brasil, criou-se uma rivalidade dos que acreditavam na derrota do Japão, daqueles que se negavam a acreditar na realidade. A briga dos “kachigumi” (vencedores) e “makegumi” (perdedores) resultou até em mortes entre os próprios japoneses.

Em outubro de 2013, a Comissão Nacional da Verdade (CNV) pediu perdão aos japoneses perseguidos no Brasil após a Segunda Guerra Mundial. Clique aqui para ler o texto na íntegra.

http://oglobo.globo.com/brasil/comissao-da-verdade-pede-perdao-japoneses-perseguidos-no-pos-guerra-10328886

Perseverança e sucesso

Desde 1908, o Japão enviou ao Brasil 180 mil emigrantes e outros 70 mil após a Segunda Guerra, totalizando 250 mil pessoas. Os filhos, netos e bisnetos desses emigrantes, com descendência japonesa, são chamados de “nikkeis”.

Os primeiros emigrantes foram ao Brasil com a intenção de enriquecer e voltar ao Japão. A maioria trabalhou em plantações agrícolas da região Sudeste, enquanto outros foram se aventurar na exploração de borracha na Amazônia e plantações de pimenta no Pará.

Os descendentes vão até a sexta geração e representam 0,7% da população do Brasil. O espírito guerreiro dessas gerações se reflete em vários setores, como na cota de 14% da principal universidade de São Paulo. Hoje não são poucos os nikkeis que atuam no Brasil como advogados, médicos, professores universitários e até na política.

Daqui desse outro lado do mundo, no berço dos ancestrais, vemos os mesmos exemplos. Brasileiros que se destacam nos esportes, artes, música e negócios.

De 1,50 milhão de “nikkeis” no Brasil, 180 mil estão agora no Japão. A maioria trabalha em fábricas, movimentando a indústria japonesa.

Parabéns a todos nós!

Sites de referência:

Imigração Japonesa”: http://www.imigracaojaponesa.com.br/

Memorial”: http://www.museudaimigracao.org.br/acervodigital/livros.php

Ashiato”: http://www.museubunkyo.org.br/ashiato/web2/imigrantes.asp

 

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