Frase de Biden de que os “EUA escreveram a Constituição do Japão” foi criticada como “arrogante” nas redes sociais
Na semana passada, uma declaração do vice-presidente dos Estado Unidos, Joe Biden, de que os Estados Unidos “escreveram a Constituição do Japão para dizer que eles não podem ter armas nucleares”, chamou a atenção do Japão, onde são discutidas possíveis mudanças na Constituição.
A frase de Biden foi dita em resposta ao candidato republicano a presidência Donald Trump, na Pensilvânia.
Em entrevistas, Trump sugeriu que se o Japão não ajudar a financiar a presença militar dos EUA poderia ser obrigado a defender-se sem a ajuda de Washington, talvez até adquirindo suas próprias armas nucleares. Biden retrucou, dizendo: “por acaso ele não entende que a Constituição japonesa que nós escrevemos diz que o Japão não pode ser uma potência nuclear?”
O comentário de Biden foi rapidamente criticado nas redes sociais como “arrogante”, “equivocado” e “insensível”.
O Ministério das Relações Exteriores do Japão se recusou a comentar sobre Biden mas lembrou uma frase do primeiro-ministro Shinzo Abe, de março de 2015, na qual afirmou que a Constituição foi escrita pelas forças de ocupação logo após a Segunda Guerra Mundial.
A Constituição do Japão entrou em vigor em 1947 e foi redigida sob a ocupação norte-americana após a rendição japonesa.
O artigo 9 da Constituição diz que o Japão “renuncia para sempre à guerra” e afirma que nunca terá forças terrestres, marítimas o aéreas.
Para parlamentares conservadores, o Japão deve rescrever a Constituição. O premiê Abe já começou a discutir as mudanças.
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Orçamento maior para a Defesa
O governo japonês prepara um orçamento 2,3% maior para o ano fiscal 2017, totalizando US$ 51,60 bilhões. Um dos principais motivos são as provas de mísseis da Coreia do Norte.
O Japão pretende comprar antimísseis Patriot (PAC-3) e mísseis dirigidos SM-3 Block IIA que serão instalados em barcos de guerra com o sistema de alerta Aegis.
O jornal Sankei informou que o Japão pretende desenvolver um submarino capaz de portar mísseis com alcance de 300 quilômetros. O país quer fortalecer a presença no mar da China Oriental.
Os gastos de defesa do Japão começaram a crescer em 2013, depois que Abe retomou o poder em dezembro de 2012.
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